sexta-feira, 4 de novembro de 2011

POR UMA INCLUSÃO POSSÍVEL

É necessário coragem para que se promova uma reforma estrutural e organizacional dentro de nossas escolas. Sendo que os direitos à inclusão são muito bem sustentados pelas leis em nosso país, na Constituição Federal do Brasil de 1988 o Artigo 206 afirma a igualdade de condições de acesso e permanência na escola e em seu artigo 208, ressalta o dever do Estado com a educação, efetivado mediante garantia de: ensino fundamental e gratuito para todos, inclusive aos que a ela não tiveram acesso na idade própria, e ainda, atendimento educacional especializado aos portadores de deficiências, preferencialmente na rede regular de ensino. Assim se posiciona também o Estatuto da Criança e do Adolescente, a Política Nacional de Educação Especial, proposta e, 1994, que representou um novo ponto de partida para aas ações da educação especial.
Cada Criança tem características, interesses, capacidades e necessidades de aprendizagem que lhe são próprios, os sistemas educativos devem ser projetados e os programas aplicados de modo que tenham em vista toda a gama dessas diferentes características e necessidades educativas especiais devem ter acesso as escolas comuns, que deverão integrá-las numa pedagogia centralizada na criança, capaz de atender a essas necessidades. (Declaração de Salamanca, 1994)

Pretende-se com isto, que a escola ofereça oportunidade de aprendizagem a todos sem distinção, respeitando a diversidade dos seres.
De acordo com MONTOAN, é necessário promover uma reforma estrutural e organizacional em nossas escolas, ter novas propostas de mudanças, ter capacidade de oferecer a aprendizagem e conviver com as diferenças.
São vários os fatores relevantes para que haja uma reforma organizacional e estrutural no sentido de termos a inclusão de fato. O currículo com certeza é um dos aspectos centrais que deve ser considerado quando procuramos realizar alterações na escola no sentido da inclusão. A diferença que se procura na inclusão é a que tem lugar no meio onde não se separa os alunos, com base em determinadas categorias, mas em que se educa os alunos em conjunto, aproveitando-se o potencial educativo, assumindo e respeitando um heterogêneo, que leve em consideração que os alunos possuem diferentes pontos de partida para a aprendizagem, que realizam percursos de aprendizagem distintos, podendo atingir níveis e competências diferentes. Para se alcançar tudo isso deve-se explicitar no Projeto Pedagógico da escola de modo que o currículo proposto seja dinâmico e flexível, permitindo o ajuste do fazer pedagógico às peculiaridades de cada aluno.
Destaco ainda a importância da relação entre alunos sem necessidades educacionais especiais e alunos com necessidades educativas especiais, onde todos se beneficiam, os alunos aprendem a gostar da diversidade, adquirem experiência direta com a variedade das capacidades humanas, demonstram crescente responsabilidade e melhor aprendizagem através do trabalho em grupo, ficando melhor preparados para a vida adulta em uma sociedade diversificada, entendem que são diferentes, mas não inferiores. Já os alunos sem necessidades educacionais especiais, tem acesso a uma gama bem ampla de papéis sociais, perdem o medo e o preconceito em relação ao diferente, desenvolvem, a cooperação e a tolerância, adquirem grande senso de responsabilidade e melhoram o rendimento escolar. São melhor preparados para a vida adulta porque desde cedo assimilam que as pessoas, as famílias e os espaços sociais não são homogêneos e que as diferenças são enriquecedoras para o ser humano.
É necessário criar cada vez mais espaços para o diferente. Durante o desenvolvimento do projeto percebi o quanto as crianças foram receptivas a nova idéia, foram explorados vários aspectos diferentes da realidade deles, as diferenças não devem ser tratadas como se não existissem, o objetivo do projeto era que as crianças percebessem as mesmas e desenvolvessem espírito de solidariedade, o que foi ganhando espaço aos poucos.
Cabe a reflexão sobre as condições de nossas escolas e as buscas necessárias de adaptações e ajuda, que certamente beneficiarão a todos. Essa busca deve ser de todos os membros da comunidade escolar. Há espaço para professores, dirigentes, famílias e comunidade que também esperam apoio do governo através de políticas públicas reais, possíveis.
Assim a educação nunca deixará de ser especial, pelo contrário, ela será para todos, e o mundo também será especial, quando olhar com dignidade e respeito para a especificidade de cada um.

Nenhum comentário:

Postar um comentário